São muitas as condenações na palavra de Deus à adoração a outros deuses e a imagens. Não há nenhuma dúvida quanto a isso. Neste sentido, quero trazer para nosso entendimento mais uma passagem bíblica que envolve arte, adoração e idolatra.
Já vimos que o próprio Deus orientou Moisés sobre como fazer a Tenda do Encontro e a Arca do Senhor com cada detalhe e ainda capacitou Bezalel e Aoliabe como seus artífices para trabalharem em ouro, prata, pedra e madeira juntamente com outros ajudantes.
Vimos também que antes dos trabalhos começarem, enquanto Moisés estava no monte, um bezerro de ouro foi construído pelo povo de Israel para adoração, em frontal oposição ao que diz o Senhor. E somente após o povo se arrepender desse ato e da destruição dessa obra de idolotaria, foi possível erguer a tenda e construir a arca.
Essa mesma Arca da Aliança ficou longe do povo de Israel após ter sido levada pelos Filisteus como espólio de guerra. Ela retornou à Jerusalém na época de Davi e somente com Salomão foi construído um templo para o Senhor – o Templo de Salomão.
A construção desse Templo, assim como na Tenda do Encontro, também contou com a participação de artistas e teve atenção especial com detalhes criativos, o que demonstra o cuidado do Senhor para com esse tema. Mas nunca como forma de adoração ao que se fazia, ou meio de adoração a Deus e, em hipótese alguma a outros deuses.
A responsabilidade artística ficou a cargo de Hirão-Abiu. E quem foi esse homem, de onde ele veio e o que isso tem a ver com o que temos falado?
Em 2 Crônicas 2:14 temos acerca de Hirão-Abiu: “Filho de uma
mulher das filhas de Dã, e cujo pai foi homem de Tiro; este sabe trabalhar em
ouro, em prata, em bronze, em ferro, em pedras e em madeira, em púrpura, em
azul, e em linho fino, e em carmesim, e é hábil para toda a obra do buril, e
para toda a espécie de invenções”
Hirão- Abiu fora enviado à Salomão pelo Rei Hirão, de Tiro (cidade
Feníncia) que era aliado e amigo de Davi e Salomão. Em Tiro, adorava-se a outros
Deuses e Hirão-Abiu era meio descendente de uma das tribos de Israel, ou seja,
não era um homem do povo de Israel.
A história de Salomão é conhecida por
todos os cristãos. Deus perguntou-lhe o que gostaria de receber e a escolha foi
por sabedoria. Salomão reinou por muitos anos com sabedoria, no entanto,
deixou-se seduzir por muitas mulheres e por causa de algumas delas entregou-se
à idolatria à Astarote, Milco e Quemós, tendo inclusive erguido altares a essas
divindades que eram adoradas na Cidade
original de Hirão-Abiu – Tiro. (I Reis 11:1-8)
A Tribo de Dã também acabou marcada pela idolatria. O Rei
Jeroboão ergueu nesse lugar um Bezerro
de ouro “E pôs um em Betel, e colocou o outro em Dã. E este feito se tornou em
pecado; pois que o povo ia até Dã para adorar o bezerro” (1 Reis 12: 29-30). Há
quem defenda a tese de que a tribo de Dã ficou fora dos que foram selados pelo Deus Vivo em Apocalipse 7 por
causa desse erro.
Hirão- Abiu faz parte ainda de um rito maçônico cercado de
controvérsia que este texto não pretende abordar, mas apenas registrar para que percebamos a consequênica da idolatria.
A essa altura, você deve estar pensando que foi um erro ter
deixado uma pessoa estranha a Israel realizar obras no Templo e que consiste
num pecado ter erguido algo em beleza para que Deus fosse adorado. Não é o que diz a palavra em 1 Reis 9:3-7.
Após a conclusão do Templo disse o Senhor a Salomão:
“Ouvi a
tua oração, e a súplica que fizeste perante mim; santifiquei a casa que
edificaste, a fim de pôr ali o meu nome para sempre; e os meus olhos e o meu
coração estarão ali todos os dias. E se tu andares perante mim como andou Davi, teu
pai, com inteireza de coração e com sinceridade, para fazeres segundo tudo o
que te mandei, e guardares os meus estatutos e os meus juízos. Então
confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre; como falei acerca de
teu pai Davi, dizendo: Não te faltará sucessor sobre o trono de Israel; Porém, se vós e vossos filhos de qualquer
maneira vos apartardes de mim, e não guardardes os meus mandamentos, e os meus
estatutos, que vos tenho proposto, mas fordes, e servirdes a outros deuses, e
vos prostrardes perante eles, Então destruirei a Israel da terra que lhes dei;
e a esta casa, que santifiquei a meu nome, lançarei longe da minha presença; e
Israel será por provérbio e motejo, entre todos os povos”.
Deus viu o bem no templo erguido. Não houve repreensão ao que havia sido feito inspirado por Deus e não era objetivo de adoração. Os pçrobelams decorreram do erros do homem.
No entanto, como podemos observar no mesmo trecho, Deus já havia alertado quanto ao risco de erros que poderiam colocar tudo a perder. E se perdeu: O templo, a arca e a unidade do reino.
Faço essas considerações para voltar a defender que a arte vem de Deus, assim como tudo. Mas nada está livre de ser pedido. É preciso fazer arte e estar em sintonia com Deus. O que fluirá das suas mãos, corpo e voz refletirão o que preenche o seu coração.
Por fim, lembro que estamos tratando ainda da época da Lei. Mesmo sabendo que tudo nela aponta para Jesus, depois da vinda dEle, veremos que essa história ganha outros elementos. Veremos isso adiante.
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