sexta-feira, 20 de dezembro de 2019



O que teremos por aqui? Arte e fé protestante. 

Desde 2017,  quando foram comemorados os 500 anos da Reforma Protestante de Lutero, eu vinha estudando os reflexos desse fato histórico na arte ocidental. Em linhas gerais, considero  que são inúmeras e decisivas as influências a favor da liberdade, criatividade e autonomia tanto para o  artista quanto para o espectador que a Reforma trouxe ao campo da arte. No entanto, dois principais fatores dificultam essa percepção. A Iconoclastia promovida pelos protestantes nos templos de igrejas católicas que foram convertidas e a racionalização do culto protestante. No Brasil, a percepção dessa influência é menor ainda, pois o ensino em nosso país, em boa medida sistematizado pelos Jesuítas, apresentava a Reforma como fato de menor importância, afastando assim de boa parte das abordagens acadêmicas esses fatores.


Esse tema é tão vasto que rende uma vida de estudos a serem compartilhados com o maior número de pessoas de forma multidisciplinar. No entanto, há questões que não podem esperar tanto para serem espalhadas quando falam mais forte no peito. É o que estava acontecendo comigo nos últimos tempos.


Daí a criação deste espaço que não tem nenhum objetivo de confrontar ou questionar conclusões do campo da história da arte que são o resultado de pesquisas científicas sérias e importantes. Pretendo aqui explorar outras dimensões que levam em conta aspectos da fé protestante, sem que isso gere confronto com pessoas que dedicaram sua vida à pesquisa da história da arte. Creio que seja da maior importância respeitar os limites da ciência e da fé numa via de mão dupla. Respeito mútuo, na paz e no amor que devem nortear as relações de quem lida com fé e arte.


Por que agora e nesse formato?  Van Gogh.


No meio do meu caminho de leituras e observações, ao estudar Van Gogh, algo mudou dentro de mim. Ele era um dos maiores gênios da pintura mundial. Van Gogh era Calvinista e desejou ardentemente ser pastor e depois missionário.  Na Holanda protestante do final de Sec. XVIII,  ele pretendeu pregar o evangelho para trabalhadores e mais humildes mas, não era bom orador e era tido como um sujeito de hábitos estranhos. A Igreja do seu tempo não o quis ministerialmente e depois não conseguiu perceber o artista genial que havia nele. 


Tenho lido as cartas que ele trocou com seu irmão Théo, ao mesmo tempo em que vejo seus quadros e venho pedindo ao Espírito Santo que me dê sabedoria e discernimento para entender além do que meus olhos me mostram nas cartas e nos quadros. Van Gogh teve sua vida e obra estudadas nesses mais de cem anos de todas as formas. Historiadores da Arte, psiquiatras, médicos, exotéricos, místicos e quase nada se encontra no Brasil produzido por protestantes que buscassem entender o diálogo que se realizou entre o artista, Deus e as pessoas. Menos ainda foi produzido por protestantes pentecostais. E é nesse espaço que tenho andando.


Inicialmente, fui listando em obras importantes de Van Gogh elementos da fé Cristã. Estão lá:  corvos, trigo , ciprestes, vinha, sol, estrelas, céu, raízes e lírios.  Em alguns casos, como no quadro “Terraço do Café à Noite”, há quem perceba alusão à cena da Santa Ceia. Esse conjunto de aspectos abre uma enormidade de temas que podem ser analisados sob o ponto de vista teológico e extraordinário.


Neste sentido, quanto mais eu lia e via, mais eu ia sendo movido a buscar respostas para o que pudesse haver da parte de Deus nessa história. Coloquei no altar do Senhor todas essas dúvidas e tenho obtido diversas respostas.  Seja através de novos textos e documentos, ou ainda através de mensagens e pregações que se referiam a temas que eu estava estudando nas obras de van Gogh. Até que num dia, tive uma experiência que fugia completamente à qualquer razão ou conhecimento sistematizado.  Foi algo sobrenatural.


Eu havia acabado de estudar e resolvi descansar. Devo ter dormido um pouco e ouvi a seguinte mensagem:


“ Essa geração vai fazer um novo louvor. Uma oferta de louvor e adoração nunca vista antes e que vai ser a sua diferença nessa terra e nessa geração. As obras de Van Gogh são recados que Deus deixou para essa geração de Deus. Só a sua geração, através do entendimento e conhecimento do Espírito Santo seria capaz de entender o que está naquelas obras. A geração de Van Gogh estava fria em relação ao amor do Espírito. Era formalista, havia cedido aos apelos do homem por uma fé racional e não soube ver que os delírios dele eram espirituais.Ele  foi disputado dia a dia por Jesus e Satanás. Mas para honra e Glória de Deus isso virá à tona. O desejo que Van Gogh tinha de servir a Deus não será frustrado. O tempo é de Deus e não do Diabo. O primeiro é senhor da eternidade e o inimigo pode reinar por muito tempo, mas nunca para sempre. Vai ser nas artes, no louvor e na maravilha da inspiração do Espírito Santo que isso vai acontecer.  Você faz parte disso.”


Tomar a decisão de tornar isso público não é fácil. Isso implicaria em risco de julgamentos, discriminação, acusações de oportunismo, fraude intelectual, insanidade e outros desgastes. O que fazer com o que eu vinha estudando e com aquelas palavras que eu ouvi? Essa era a dúvida que me consumia.


Comecei então a imaginar o cenário religioso durante os anos de vida de Van Gogh. Ele morreu em 1890. Os protestantes europeus do final do Sec. XIX eram formais, frios e racionais. Van Gogh não encontrou entre seus pares protestantes quem pudesse compreender suas obras dentro de um ambiente movido pela fé, ou dialogo com Deus.


Quase vinte anos depois da morte de Van Gogh, acontece o avivamento Pentecostal numa igreja nos EUA – a famosa Rua Azusa, onde  centenas de cristão foram batizados pelo Espírito Santo. Pessoas falaram em línguas, outras cantavam de forma diferente, homens tocavam instrumentos sem explicação lógica e mudaram a história do Protestantismo no mundo.


Passados 126 anos, o Brasil emerge como uma das maiores nações protestantes do mundo e uma geração de jovens está se levantando para louvar a Deus e muitas coisas têm corrido de maneira impactante em nosso país. O que era estranho aos franceses e holandeses em 1890, torna-se cada vez mais claro e perceptível para a atual geração de evangélicos brasileiros.


Durante duas semanas orei  a Deus para que confirmasse a palavra que eu havia recebido. E eis que minha filha me levou a um culto da Igreja One, nos Arcos da Lapa com centenas de jovens louvando a Deus e profetizando que o Rio de Janeiro pertence a Deus.  No dia seguinte, recebi diversas  fotos de pessoas pintando durante aquele culto. Uma das obras é claramente inspirada numa das obras mais extraordinárias de Van Gogh e justamente a que abriu meus olhos para tudo o que vi nos últimos tempos - Noite Estrelada.


Foi a senha dos céus de que era necessário jogar na rede o que tenho visto e deixar o Espírito Santo agir pois, eu creio que Ele fará o que deseja através de quem Ele pretende usar de cada maneira no seu plano no mundo das artes.


Vamos orando, falando e fluindo o amor e graça de Deus nesse campo tão lindo e generoso das artes.


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