Quero compartilhar com vocês informação que considero da maior importância para os estudos sobre o diálogo de Igrejas com a arte. É o exemplo das Igrejas na Cidade de Kessel - Alemanha, onde acontece a cada cinco anos uma das maiores exposições de arte contemporânea da Europa - A Documenta.
Há mais de 40 anos, essas Igrejas participam da Documenta de alguma forma. Realizam seminários acerca da relação entre religião e arte, recepcionam obras de artistas seculares e já desenvolveram exposições com temáticas próprias. Destaque para a X Edição, em 1997, quando o Publicitário, curador e especialista em mídia, Andreas Mertin organizou a exposição "Preparação e visualização. Experiência e Estética Hoje" na Igreja MartinKirche.
Andreas Mertin foi um dos estudiosos e produtores mais interessantes que encontrei nas pesquisas que venho desenvolvendo e recomendo muito a sua leitura.
Uma outra sugestão de leitura é o site alemão - Revista de Teologia, com vários artigos sobre arte e teologia https://www.theomag.de/ . Especialmente o artigo "Exposições de arte em salas de igreja.
Esse tema merece muita atenção pois, são muitos os desafios para construção desse diálogo. Percebam que no caso das Igrejas de Kessel, os artistas seculares expuseram no interior dos tempos. Como as Igrejas devem orientar sua atuação? Como estabelecer critérios de curadoria nesses casos? Que limites estão colocados para artistas não cristãos terem suas obras expostas no templos?
E o mais importante: imaginemos como isso poderia ocorrer no Brasil em eventos como a ArtRio, a Bienal de São Paulo, o Festival de Escultura do Rio e tantos outros? Esse caminho é apropriado? Quando, de que maneira, com quais temáticas? Creio que os nossos leitores devem estimular esse debate nos circuitos onde atuam. Fica a dica!!